terça-feira, 5 de maio de 2015

Quando o sonho/pesadelo começou?



Estou em um relacionamento há 12 anos, e lembro, como se fosse hoje, que aos 5 anos juntos comecei a liberar as tabelinhas. Sim, tabelinhas, pq só tomei anticoncepcional nos 2 primeiros anos de namoro. Como meus ciclos são muito certinhos, fazíamos a danada da tabelinha para não engravidar, e eu achando que era ninja, pq a bonitinha nunca falhou comigo. Mas mal eu sabia que ela nunca falhou não pq eu era super disciplinada, mas sim que havia algum probleminha oculto do qual eu só iria descobrir muitos anos depois.

Durante uns 4 anos deixei a tabelinha de lado e aos poucos comecei fazê-la ao contrário, contava os dias férteis para treinar, isso sem o namoradão na época saber, ele não queria ter filhos, achava que eramos mto jovens, enfim, ele não queria, mas eu queria, então, conforme dava eu programava. 

Os anos foram passando até que em 2013, depois de muitos anos e meses de tentativas, mais precisamente em fevereiro de 2013, engravidei naturalmente. Nossa!!! Difícil descrever com detalhes o sentimento na hora. Foi um misto de alegria e ansiedade com nervosismo, pois eu sabia que qdo contasse para o pai do bebê ele poderia não ter a reação tão esperada, visto que aquela criança era programada apenas por mim rss... Enfim, foi exatamente como imaginei. Minha menstruação atrasou um dia, então pensei, vou esperar até amanhã, pois às vezes tenho ciclos de 29 dias. Esperei mais um e nada, mais outro e nada, então no quarto dia de atraso menstrual fui a um laboratório e fiz o Beta HCG por conta própria (resultado 143). Fui trabalhar e no final do dia pedi para uma amiga olhar pra mim, pois eu sequer tinha coragem de acessar o site. Ela então me ligou e disse: "parabéns amiga, vc vai ser mamãe". Minhas pernas amoleceram, meu chão sumiu dos pés de tamanha felicidade, meu coraçãozinho batia tão forte que é uma emoção única na vida de qualquer mulher que sonha com a maternidade.

A noite minha amiga foi na minha casa, nessa época só namorava com o pai do BB, então decidi não contar pra ele naquele dia (era uma sexta-feira). Minha amiga levou sapatinhos amarelos e ficamos conversando por horas e horas. No dia seguinte, sábado, contei pra minha mãe, que me abraçou e ficou mto feliz, porém no mesmo dia comecei a ter uma espécie de sangramento. Era uma borra marrom, que sujava discretamente o absorvente diário, fiquei em pânico e corri para a emergência do hospital. Chegando lá, o médico examinou e disse que o colo estava fechado, mandou introduzir Ultrogestan de 8/8 horas e fazer repouso.

Voltei pra casa com uma pulga atrás da orelha, mas resolvi seguir as orientações médicas. Os dias foram passando e o sangramento não cessava, então na quinta-feira da semana seguinte fui novamente à emergência e pedi para o médico, além do ultrasson, solicitar um Beta, parece que algo me dizia que as coisas não estavam tão bem. Pimba! O beta que no início, naquela sexta-feira, tinha dado 143, agora deu 34... Já sabia que estava perdendo o BB.

Contei esse trechinho pra dizer que até nas coisas ruins Deus tem um propósito. Como mencionei no início do post, estou em um relacionamento há 12 anos, e nessa época da gravidez perdida não havia sequer conversas sobre casamento, família, etc. Após meu aborto, meu namorado decidiu que era hora da gente resolver nossa vida, e então ficamos noivos. 

Continuamos tentando engravidar novamente, agora com os dois querendo a mesma coisa, durante o ano de 2013 quase inteiro, quando, em novembro de 2013 conversei com meu ginecologista e resolvi fazer uma inseminação artificial. O sêmen foi preparado em uma clínica especializada e levei o tubinho com os espermatozóides para o consultório do meu gineco e lá fizemos a inseminação. Jurava que daria certo, fui pra casa já me sentindo grávida, porém, os dias passaram e ao fazer o beta o mesmo veio negativo. Não deu certo. Chorei por dias seguidos, assim como chorei quando perdi meu primeiro BB, mas o tempo cura tudo e aos poucos fui retomando a rotina. 

Dezembro passou, janeiro e em fevereiro de 2014 resolvi fazer novamente inseminação, só que agora não mais no consultório do gineco, mas sim em uma clínica especializada em fertilização. Conheci um médico simplesmente incrível, totalmente por acaso, pois somente ele e outro atendiam meu convênio médico, foi às cegas, mas acredito que uma das melhores escolhas que pude fazer. Até aí, eu achava que estava tudo certo comigo, nunca tinha feito nenhum exame mais aprofundado para investigar infertilidade e assim foi, pois como era um procedimento apenas de inseminação, não foi feito qualquer exame, apenas o procedimento em si... Mais uma vez não deu certo.

Resolvi sossegar a cabeça um pouco, trabalhei muito nos meses subsequentes, e no mês de julho de 2014 resolvi procurar um outro médico, de uma clínica especializada em fertilização, concorrente da primeira. Encontrei um maluco rsss, verdadeiro maluco, mas que deu o pontapé inicial para que eu enxergasse que meu caminho deveria ser diferente. Além de vários exames laboratoriais, este médico me pediu uma histerossalpingografia, exame que avalia, por meio de raios-X e contraste, como estão as trompas e a cavidade uterina. Exame simplesmente definitivo para qualquer mulher tentante. O resultado foi que minha trompa direita estava obstruída e a esquerda normal, tinha 5 miomas, 2 de tamanhos consideráveis, mas enfim, tirei férias em agosto e voltaria em setembro para continuarmos as investigações.

Após retornar das férias, voltei ao médico com os exames e ele queria me operar dos miomas, mas com cirurgia aberta, tipo cesariana. Falei que ia terminar de fazer uns exames que faltavam e que retornaria em duas semanas para marcarmos o procedimento. Sumi do mapa, nunca mais voltei. Foi aí que retornei àquele médico da inseminação de fevereiro e levei os exames... Minha surpresa, ele disse: "se uma das trompas está obstruída, provavelmente as fímbrias da outra estão "lambidas"", o que me levaria seguramente a um procedimento de FIV,

Resumindo, espermograma do marido tudo OK, miomas uterinos, e trompa direita obstruída, abordo espontâneo na 5ª semana, e conclusão, ciclo de FIV.

Segue no próximo post...

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