21º
12/04/15 - O aborto
Na sexta-feira, dia 10/4, comecei a perceber que havia uma borra saindo, em pequena quantidade, mas já era sinal de que algo estava para acontecer. Passei a semana toda tomando chá de canela bem forte, água inglesa, tudo o que me ensinavam para abortar eu tomava, simplesmente para que esse dia acontecesse logo e eu ficasse livre daquele embrião morto e dos sintomas que estavam me matando. No sábado, no final do dia, tive umas cólicas horríveis, mas eram poucas e bem espaçadas, mas falar que nunca tinha sentido nada parecido, era como se estivessem enfiando uma faca no meu útero. Fui dormir sentindo aquilo, mas sabia que não poderia tomar nada que parasse com as cólicas, pois elas seriam essenciais no processo de expulsão de todo o saco gestacional.
No domingo do dia 12/04, acordei tarde e fui fazer uma lasanha para o almoço, quando, de repente, por volta de meio dia, comecei a sentir uma contração atrás da outra. Em princípio eram espaçadas, depois se tornaram mais próximas umas das outras, dores alucinantes, que me faziam deitar e rolar, encolher as pernas, gemer, chorar, enfim, não dá pra descrever. As 14h30 tive a ultima e mais forte cólica, foi quando levantei da cadeira e senti o coágulo descendo. Corri para o banheiro, quando sentei no vaso vieram mais duas grandes e volumosas bolas de sangue. Fiquei olhando aquilo, era sangue demais. Tirei a roupa, entrei no chuveiro se fiquei uns 15 minutos sob a água e era sangue que descia que não acabava mais. Ao final do banho coloquei um absorvente que simplesmente encharcou em 15 minutos, e depois disso nada mais de sangramento, nenhuma dor, cólica, mal estar nada, como se tivesse tirado com a mão todo o mal.
Continuei sangrando por alguns dias, de forma bem tranquila, como se fosse uma menstruação normal e no dia 16/04 fui à emergência de um hospital, pois estava sentindo uma dor terrível bem localizada no ovário esquerdo, então pensei que pudesse ser algum problema, e lá fiz um ultrassom que detectou que todo o saco gestacional havia sido expelido, não restava nada no meu útero.
Glória a Deus que tive paciência, tolerância e soube esperar pelo momento certo, mesmo estando passando tão mal, pois hoje, não estaria tão recuperada se tivesse passado pelo procedimento da curetagem.
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