quinta-feira, 14 de maio de 2015

D46 - 8 semanas

20º

31/03/15 D46 - 8 semanas de gestação

Ontem, segunda-feira, segundo a primeira ultrassonografia estaria completando 8 semanas. É, isso mesmo, estaria, pq hoje durante o exame para ver como estava o desenvolvimento do meu embriãozinho, foi detectado que seu frágil e pequeno coração  havia parado de bater e, portanto, cessado o seu desenvolvimento exatamente com 6 semanas e 2 dias.
A princípio o médico que fazia o exame me perguntou de quantas semanas eu estava. Quando respondi que seriam de 8, ele logo me falou, com certa delicadeza, que meu bb não estava com o tamanho esperado para a quantidade de semanas que eu havia falado, e então passou a sonda no coração e não viu sequer resquícios de batimento cardíaco. Olhei para o lado, meu esposo estava em pé, e não consegui esboçar nenhuma reação enquanto o médico falava, só olhava para ele, quando ele começou a chorar então eu desabei.

Saímos do consultório do médico e sentamos em uma mureta que tinha na frente da sala e nos abraçamos e choramos por longos minutos. Veio em mim a sensação de incapacidade total, de mulher que não consegue sequer gerar um filho, já é meu segundo aborto seguido. Enfim, me culpei em pensamentos, enquanto meu marido me abraçava e dizia que iríamos tentar novamente e que iríamos conseguir. Não sei dizer quem chorou mais, mas como é preciso levantar a cabeça e recomeçar, lá fomos nós.

O grande problema dessa história toda é que com o uso do Ultrogestan, a progesterona mantem viável a implantação e o saco gestacional, e não tem sangramento ou qualquer outro sintoma que faça vc desconfiar que não há vida mais se desenvolvendo. Se eu não tivesse feito essa ecografia, somente iria descobrir com 12 semanas, o que acho que seria ainda mais doloroso saber que estava carregando um embrião morto dentro de mim por tantas semanas seguidas.

Nesse dia parei com todas as medicações, pois a progesterona precisava baixar a níveis críticos para que começasse a haver o descolamento da placenta e então o aborto. Decidi, em conjunto com o médico que fez a fertilização, que iríamos aguardar os dias passarem para o aborto ocorrer de forma espontânea, mesmo pq uma curetagem nessa altura do campeonato iria prejudicar muito o endométrio o que iria me fazer ter que esperar ainda mais tempo para tentar nova transferência embrionária. Procurei imediatamente o médico que havia iniciado o pré-natal e ele queria fazer uma curetagem, e pra completar disse que como meu plano de saúde estava "defasado" (como pode uma Cassi da vida estar defasada) iria me cobrar somente 1.500 reais a mais para fazer a tal curetagem, mas que não era pra eu me preocupar que ele dividiria pra mim em 3 vezes iguais. Aff, tive vontade de dar um soco na cara daquele mal caráter. Saí do consultório e nunca mais voltei ou voltarei naquele lugar.

Conforme orientação do meu outro médico, resolvei esperar pelo aborto espontâneo e assim eu fiz, esperei pacientemente (mentira, não tinha paciência alguma) os dias passarem, um a um, os sintomas de enjoos me matando, até que dia 12/4/15 ocorreu o aborto.

Segue em próximo post...

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