Bom dia meninas, não voltei antes para contar as novidades pq muitas coisas desagradáveis aconteceram e tb estava sem tempo de sentar em frente ao computador.
Como vcs já sabem, tive sangramento tipo borra de café desde o meu D13 após a transferência, lembrando que o dia da transferência dos embriões é considerado o D0 do tratamento. No D11 peguei meu primeiro positivo, o qual veio com valor de 31,1. Desde aí já me assustei, pois sabia que estava baixo demais, porém, como a esperança é a ultima que morre, segui fazendo exames seriados para ver como estava a progressão da gravidez/betas. Pra quem leu os posts anteriores, viu que por diversas vezes pensei em "desistir" dessa gravidez, justamente por conta do sangramento insistente. Tinha algo no meu coração que dizia que não estava legal, mas resumindo a história, nesta segunda-feira, dia 17 de agosto, fomos fazer a ultra de 6 semanas (que completei ontem, dia 18). O beta de segunda foi de 4.897,0, ou seja, progrediu de forma muito satisfatória quando comparado com o de sexta, visto que após titulações de 1.200 ele começa a dobrar a partir de 3 a 4 dias, resumindo, quase dobrou em apenas 3 dias. Seria maravilhoso, se não fosse trágico! No exame de ultrassom não havia nada no útero, endométrio lindo e espesso, com 11mm e foi aí que me deu um gelo no peito. Na hora sabia que tinha acontecido alguma "merda", perdão pela palavra. Nem lembro o que falei na hora, mas vi meu pequeno milagre se desenvolvendo na minha trompa direita, perto do ovário, logo na sua porção final.
Havia saco gestacional íntegro, vesícula vitelínea linda, sem sinais de descolamento do saco, e embrião com batimentos cardíacos, dá pra acreditar? 95bpm. Meu mundo desmoronou, mas do meu marido acho que mais ainda, coitadinho não conseguia falar nada! Foi mto triste a cena. Meu médico começou a medir daqui, medir dali, documentar, procurar se não havia outro bb em outro lugar (graças a Deus não) e eu perguntei: "E agora?", ele disse: "não se preocupe, vc VAI tomar um remédio injetável que vai fazer involuir o saco gestacional e vai ficar tudo bem". Legal, né? Mecânico, né? É pq não são eles que passam por isso!
Enfim, saímos da sala de ecografia e ficamos na recepção esperando ele terminar de atender umas 5 pacientes pra poder nos dar a "tal" receita do medicamento. Enquanto isso acessei uns artigos na internet, na Cielo, e li sobre o tratamento com Methotrexate, um quimioterápico, isso mesmo! Quimioterápico! que mata as células em desenvolvimento do trofoblasto (células da placenta) e assim faz com que a progressão da gestação não aconteça. Porém, existem contra-indicações absolutas e relativas para fazer esse procedimento, uma delas é o beta estar abaixo de 5000 e não haver batimentos cardíacos fetais, o que não era meu caso, aí já me assustei. Quando o embrião está vivo, as chances de o medicamento fazer efeito na primeira dose diminuem consideravelmente e por se tratar de uma quimioterapia os efeitos colaterais tb são devastadores, dependendo do organismo, necessitando em alguns casos de até 3 doses para resolução total. Esta medicação é utilizada em casos de gravidez molar, mto eficaz, justamente por não ter embrião nesse tipo de gestação.
Enquanto esperava pelo médico fiquei pensando em tudo, na recuperação, no tempo de tratamento, no sofrimento físico e emocional e eis que ele sai na recepção e fala "me esperem um minuto, vou fazer uma captação no centro cirúrgico e já volto pra falar com vcs". Faça o favor, né? Sem comentários! Fomos tomar café e voltamos para a recepção que fica em frente ao centro cirúrgico esperar pelo médico. Enquanto isso discuti com meu marido sobre o tratamento e falei pra ele que preferia tirar a trompa com o bb fora, visto que foi exatamente essa trompa que estava comprometida quanto fiz a histerossalpingografia, portanto ela já não tinha função e não fazia sentido tentar preservar uma coisa que já não funcionava. Tanto não funcionava que foi nela que tive a ectópica. Há registros na literatura de que em uma FIV com mulheres com as trompas totalmente saudáveis há uma chance de 2,2 a 8,6 por cento de ocorrer uma ectópica preferencialmente nas trompas, e essa estatística sobe para 11% se a trompa já for comprometida, só que isso nunca ninguem me informou! Muito legal tb! Bingo, fui escolhida e estava no meio dos 11%, impressionante, mas alguém tem que estar, né? Senão não tem graça. Pensava em qualquer coisa, menos em uma ectópica, pois nunca tive ouvido falar que era possível ocorrer uma gravidez ectópica em um tratamento de FIV. Fui pesquisar, e encontrei dados que sugerem que uma das explicações para isso acontecer está na quantidade de meio de cultura introduzida no útero para enviar os embriões, e faz todo sentido, pois dessa vez coloquei 3 embriões, portanto foi necessário mais meio de cultura que na outra TEC em que coloquei 2 blastocistos. Ainda não sei o que processar em meus pensamentos.
Segue no próximo post a saga do dia...
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